sexta-feira, 15 de abril de 2011

Entrevistas

A arte da Literatura e a atração pela Língua Portuguesa, além de embasarem nossa escolha pelo seu estudo, também nos presenteou com um plus muito bem vindo: a licenciatura.
Apesar de não haver unanimidade dentre os membros deste blog sobre o exercício da profissão de professor, sabemos que, na conjuntura própria do país e do mundo em globalização, educadores em Língua Portuguesa têm um nicho privilegiado no mercado de trabalho.
Buscando bases e inspiração para a comprovação do acerto na escolha do curso, fizemos entrevistas com duas professoras em Língua Portuguesa: as duas têm a mesma idade, formaram-se pelo UniCeub e são professoras há quase uma década. A diferença? Uma leciona em uma escola pública e, a outra, numa escola particular. É interessante traçar o paralelo e o estranhamento que causa, visto as duas amarem a profissão que escolheram, mas a remuneração ser fator quase que determinante para a conservação, ou não, de ótimos profissionais na área.
Seguem as entrevistas:

1)       Nome, idade, escola em que leciona, tempo como educadora em Língua Portuguesa.

Lívia Costa, 32anos.
Leciono há 09 anos na Fundação Educacional: Centro de Ensino Fundamental Fercal.

2)       Por que escolheu o Curso de Letras?

Porque eu simpatizava com a  matéria e havia uma professora de Português que eu admirava muito,Regina.Foi minha professora da 5°, 6° e 7° série. Aprendi muito com ela.

3)       A Licenciatura foi um fator importante para a escolha?

De certa forma sim,pois queria ser professora como minha mãe.
4)       Quais matérias mais a atraíam no Curso? Por que?

Gramática, ainda mais depois que tive aulas com a professora Catarina.

5)       Qual foi o assunto da Monografia?

Meu assunto foi sobre a ambiguidade.

6)       Faz cursos de atualização (pós-graduação, mestrado, doutorado...)?

Já fiz a pós-graduação, talvez eu faça um mestrado, mas tenho que arrumar tempo e dinheiro para tal propósito. Os cursos de mestrados são muito caros, difícil para um professor arcar.

7)       Sobre a sua escola, que acha das instalações físicas? ( além do material de sala de aula, como cadeiras, quadro, há instalações como computadores, data show, laboratórios, etc)

Minha escola não é grande fisicamente, são dez salas de aula que funcionam precariamente. Não temos biblioteca, temos uma sala de informática que não funciona devido a instalação elétrica  que é velha e não suporta tanta coisa ligada ao mesmo tempo. Isso dificulta o processo de ensino e aprendizagem do aluno. Não temos laboratório, a quadra para os alunos praticarem as aulas de Educação Física não é coberta. Possuímos quadros brancos (pelo menos isso). Apesar da estrutura física precária, a boa vontade e o compromisso dos professores com o aluno é grande.

8)       Como é a relação direta com os alunos? Eles demonstram gostar da matéria?

A maioria sim, mas isso depende muito de aluno para aluno. Alguns têm mais facilidade com as exatas,outros com as humanas...

9)       A política educacional da escola é satisfatória? Poderia ser melhorada?

Não, porque o diretor não é presente, assim como parte da sua equipe e desconhecem a importância do projeto político pedagógico da escola. Dessa forma,o processo fica prejudicado.

10)   A escola oferece cursos e oportunidades de atualização?

Eu trabalho na Fundação Educacional e se eu quis me atualizar, tive que correr atrás.

11)   A remuneração é satisfatória? Por que?

Depende. Se for com o salário dos professores no Brasil, sim. Se for comparando com os cargos de cursos superiores de Brasília, não, por isso estamos com indicativo de greve.  Obs.:Houve época que merendeiros ganhavam mais do que alguns professores da rede pública.

12)   Pensa em se manter no cargo? Por quanto tempo?

Apesar de todas as  dificuldades, amo o que faço e não pretendo deixar a profissão.

13)   Uma mensagem aos novos ingressantes do curso de Letras.

 "O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher."    Cora Coralina

Obs.:Depois quero conhecer o blog!!!!!


1)       Nome, idade, escola em que leciona, tempo como educadora em Língua Portuguesa.

Emanuelle Leite Mendonça
32 anos
Instituto Educacional Santo Elias
11 anos

2)       Por que escolheu o Curso de Letras?

Pelo prazer da leitura e da Literatura.

3)       A Licenciatura foi um fator importante para a escolha?

Sim. Professor de Língua Portuguesa não fica desempregado.

4)       Quais matérias mais a atraíam no Curso? Por quê?

Literatura Portuguesa,  Mitologia (optativa) e Teatro (optativa). Simplesmente por paixão.

5)       Qual foi o assunto da Monografia?

O Privilégio das Imagens Satânicas no Romantismo e em Macário, de Álvares de Azevedo.

6)       Faz cursos de atualização (pós-graduação, mestrado, doutorado...)?

Pós-graduação: Psicanálise e Educação.

7)       Sobre a sua escola, que acha das instalações físicas? ( além do material de sala de aula, como cadeiras, quadro, há instalações como computadores, datashow, laboratórios, etc)

Satisfatórias, tenho todos os recursos que preciso.

8)       Como é a relação direta com os alunos? Eles demonstram gostar da matéria?

Como leciono para a 8ª série, eles chegam "odiando" a disciplina, mas tento mostrar o prazer em aprender a nossa língua, apesar de gramática ser extremamente cansativa e pouco estimulante.

9)       A política educacional da escola é satisfatória? Poderia ser melhorada?

Em partes. Acredito que poderiam investir mais nos professores, fazendo com que estes sintam vontade de lecionar.

10)   A escola oferece cursos e oportunidades de atualização?

Apenas na área de TDAH. Já cansei de assistir as mesmas palestras, os mesmos conceitos.

11)   A remuneração é satisfatória? Por quê?

Obviamente não. Muito trabalho e desgaste para pouco dinheiro.

12)   Pensa em se manter no cargo? Por quanto tempo?

Cansei da área de Educação, quero passar num concurso que não leve milhões de trabalhos para casa.

13)   Uma mensagem aos novos ingressantes do curso de Letras.

O curso é, absolutamente, maravilhoso. Mas não faça dele a sua profissão, a não ser que não se importe em ganhar pouco.

Postado por Kênia Pinheiro

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